quinta-feira, 23 de julho de 2015
quinta-feira, 16 de julho de 2015
Com ideias destas...
Por Anabela Fino, no jornal «Avante!»
Passos
Coelho proferiu finalmente a frase que o imortalizará. Foi na
segunda-feira, 13, após a maratona europeia de domingo que terminou com a
transformação da Grécia numa colónia condenada à escravatura do século
XXI para servir os interesses do grande capital financeiro e do
directório de potências da União Europeia. «Por acaso a ideia foi
minha», disse todo ufano, com isso querendo significar que lhe cabiam os
louros da «solução» encontrada para manter a Grécia no euro. A coisa
correu mais célere do que fogo em palheiro: palavras não eram ditas e já
as redes sociais transbordavam de adaptações do dito, numa muita
expressiva demonstração de que os portugueses não só não perderam o seu
sentido de humor – negro que seja – como sabem bem a quem cabem as
responsabilidades pelo estado a que o nosso País chegou.
O
curioso desta história é o facto de Passos Coelho estar tão sôfrego de
apresentar «sucessos» que nem se dá conta de que corre o risco de andar a
apanhar lenha para se queimar. De outra forma, como explicar a pressa
com que o primeiro-ministro veio gabar-se de ter contribuído para uma
situação que todos, sem excepção, reconhecem ser uma brutalidade contra o
povo grego? A não ser que esteja tão convencido – e não seria caso
único – de que os portugueses são não só néscios como padecem de memória
curta. É bem provável que seja este o caso, a avaliar pela entrevista
que anteontem deu à SIC onde, entre outras pérolas, afirmou candidamente
que só não cumpriu as promessas feitas na campanha eleitoral porque as
contas do anterior governo estavam mal feitas. Passos Coelho
«esqueceu-se» de um pormenor: no Outono de 2010, uma delegação do PSD,
liderada por Eduardo Catroga, negociou com o governo de Sócrates a
viabilização do Orçamento de Estado para 2011. Por acaso a ideia foi
dele... E também se «esqueceu» das vezes em que, já governante, repetiu
desejar «ir além da troika» e defendeu a ideia da necessidade de
empobrecer. Outra que por acaso também foi dele.
Em
português vernáculo muito haveria a dizer sobre as ideias de Coelho.
Fiquemo-nos pelo elementar: com ideias destas, bem pode limpar as mãos à
parede.
terça-feira, 14 de julho de 2015
A cruel maratona grega
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual
Os termos que vêm aparecendo na mídia europeia, inclusive na
conservadora, para avaliar a conclusão da extensa maratona que foi a
reunião de 17 horas dos líderes da zona do euro, da noite de ontem (12)
para esta manhã, falam por si mesmos: “crueldade”, “humilhação”,
“fratura”, “imposição”, “tratamento impiedoso”, “brutal” e outros. Para
quem acompanhou as negociações desde o começo, e sobretudo agora nesses
momentos finais, o que ficou claro foi a arrogância de grande parte dos
líderes da zona do euro, exigindo praticamente não só a capitulação de
Atenas, de Tsipras, Varoufakis, Syriza e do povo grego, mas pretendendo
impor a deposição do governo.
Ficou claro também que na União Europeia a democracia tem voo curto e
nariz comprido. Não há lugar na UE ou na zona do euro para um governo
de fato de esquerda, nem para algo parecido com soberania nacional,
muito menos popular. Manda quem manda, e quem manda, em nome do capital
financeiro, são os barões neoliberais da economia. Aos políticos, como a
própria toda-poderosa (na aparência) Angela Merkel, cabe fazer a
pantomima para os eleitores, fazendo de conta que esses decidem algo
importante.
Nos momentos finais dessa corrida de obstáculos, François Hollande e
Matteo Renzi ensaiaram um ar mais simpático aos gregos e a Tsipras.
Aparentemente, com um único resultado prático: originalmente o Fundo de
Capitalização oriundo das privatizações e cortes que virão deveria ficar
em Luxemburgo, não em Atenas. Pelo acordo final, esta “concessão” foi
feita: o fundo fica na capital grega, mas, de qualquer modo, será
supervisionado, senão administrado, pela Troika (FMI, BCE, Comissão
Europeia, ou seus representantes) para amortizar a dívida soberana,
capitalizar o sistema financeiro e assemelhados.
sábado, 11 de julho de 2015
Sendo sábado , temos música (238)
Quando ela passa, franzina e cheia de graça,
Há sempre um ar de chalaça, no seu olhar feiticeiro.
Lá vai catita, cada dia mais bonita,
E o seu vestido, de chita, tem sempre um ar domingueiro.
Passa ligeira, alegre e namoradeira,
E a sorrir, p'rá rua inteira, vai semeando ilusões.
Quando ela passa, vai vender limões à praça,
E até lhe chamam, por graça, a Rosinha dos limões.
Quando ela passa, junto da minha janela,
Meus olhos vão atrás dela até ver, da rua, o fim.
Com ar gaiato, ela caminha apressada,
Rindo por tudo e por nada, e às vezes sorri p'ra mim…
Quando ela passa, apregoando os limões,
A sós, com os meus botões, no vão da minha janela
Fico pensando, que qualquer dia, por graça,
Vou comprar limões à praça e depois, caso com ela!
Bom sábado, boas notícias e boas músicas.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
UM PAÍS QUE ODEIA OS SEUS CIDADÃOS
Por José Goulão no seu blog Mundo Cão.
Há um país que odeia os seus cidadãos. Outros haverá, mas fixemo-nos neste que dá pelo nome de Portugal, se gaba de ser muito antigo, muito cheio de história, saudoso de tempos imperiais e que, em cima destas glórias, maltrata os seus cidadãos.
Quando se escreve país não se faz alusão a uma entidade abstracta, mítica, mas sim aos seus dirigentes que, através de gerações e sob diferentes rótulos políticos, têm como traço de união o ódio aos seus concidadãos.
A acusação é grave, mas os comportamentos em causa são-no ainda mais. Tal ódio ressalta de estudos sociológicos apresentados tempos atrás de tempos e que, merecendo as reservas que exige a inexactidão inerente às ciências humanas, têm a credibilidade de corresponder ao que cada cidadão, se tiver os sentidos despertos para a realidade envolvente, vai captando dia após dia.
Dizem as investigações mais recentes, cujos resultados foram divulgados apenas há meia dúzia de horas, que Portugal é o país com maior taxa de emigração entre os 28 da União Europeia, o país que demonstra menos apetência por livros e outras coisas da cultura, o país onde 20 por cento da sua força de trabalho tem um vínculo precário – isto é, um estado paredes meias com o trabalho escravo.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
GRÉCIA
Perante a chantagem permanente feita ao povo grego por aqueles que se acham donos da UE para que votassem no sim e aceitassem sem "pestanejar" as suas propostas; fabricando sondagens com resultados de "empate técnico", convocando os seus caniches-bé-béus para morderem nas canelas dos gregos etc,etc, Deram os gregos, uma prova ao mundo de que o medo, quando não há mais nada a perder não existe.
Democraticamente, os eleitores disseram através do voto maioritário no NÃO (61% NÃO- 39% SIM) que não querem mais políticas dos capitalista da UE e do FMI que os empurre para mais desemprego, mais sofrimento e para mais miséria.
Hoje, é já um novo dia! Mas a luta vai ter que continuar.
É preciso reflectir sobre a União Europeia da «coesão e da solidariedade» e saber, se é desses valores que falamos quando olhamos para quem está na frente das suas decisões políticas,e de quem fabrica e assina os seus tratados.
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